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Projeto de revitalização da Vila Candelária, em Porto Velho, deverá ser concluído em 90 dias

02/Jul/2012 - 12:26

           VilaCandelariaEA cerca de quatro quilômetros da avenida Sete de Setembro, na estrada de Santo Antônio, em Porto Velho, a Vila da Candelária é um pequeno paraíso para quem gosta de história, gastronomia regional e belas paisagens. Construída na margem do rio Madeira, no quilômetro 3,5 da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, a vila tem como origem uma fileira de 11 casas que eram utilizadas por funcionários da ferrovia. O local recebe centenas de visitantes nos finais de semana e a vocação natural para o turismo está sendo reforçada pela prefeitura, com um projeto de revitalização. As obras se arrastam desde 2006, mas devem ficar prontas dentro de 90 dias, de acordo com o fiscal do Departamento de Fiscalização da Sempre (Secretaria Municipal de Projetos Especiais), Mauro Sérgio Martins Frade.

          O projeto de revitalização da vila inclui drenagem, pavimentação e iluminação das duas ruas do vilarejo. As fachadas das onze casas construídas pela Madeira-Mamoré serão padronizadas e receberão fossas sépticas e sumidouros. Os dois restaurantes do local ganharão novas estruturas. No local onde ficava a pequena casa onde o seu Manoel de Brito assava peixe na folha de bananeira – o peixe moqueado que iniciou a fama da boa comida oferecida no local – está sendo construído um VilaCandelariaFrestaurante grande com vista privilegiada para o rio Madeira e os trilhos da Madeira-Mamoré. A obra está adiantada e pronta para a instalação da cobertura O Barracão do Ray, que também vende peixes preparados de diversas formas, será reconstruído. O acesso à vila foi asfaltado e ganhou um portal.

          A vila da Candelária tem outros encantos. A poucos metros fica o Cemitério da Candelária, que ainda guarda túmulos de trabalhadores mortos durante a construção da ferrovia (1907- 1912). Logo em seguida ficam as ruínas do Hospital da Candelária e o cemitério das locomotivas, onde foram depositadas várias máquinas e equipamentos da Madeira-Mamoré, quando o complexo foi desativado na década de 1970. Estas atrações farão parte do museu a céu aberto que está em fase de instalação.

Rio Madeira

         Quem visita a vila também pode curtir a margem do rio, hoje já descaracterizada com o muro de pedras colocadas pela Santo Antônio Energia, construtora da hidrelétrica, para evitar o rápido desbarrancamento provocado por banzeiros decorrentes do funcionamento da usina. A Candelária tem uma vista privilegiada da VilaCandelariaGhidrelétrica e da cidade de Porto Velho. “Antigamente muita gente pescava no local, mas desde a construção da hidrelétrica não dá mais peixe”, lamenta Francisco de Oliveira Lima, que mora na cidade, mas fica mais na casa da irmã, Francisca, moradora privilegiada da margem do rio, onde curte o clima ameno e a sombra de frondosa das castanheiras.

Lembranças do seu Oscar

          O ritmo de vida na vila Candelária é tranquilo e as famílias, na maioria, vivem há muito tempo no local. Todo o mundo se conhece e os hábitos e costumes são quase os mesmos de antigamente. Um dos moradores mais antigos é o seu Oscar Lima, 76 anos, que trabalhou na Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, “como trabalhador, feitor e VilaCandelariaHmestre de linha”. Seu Oscar saiu pequeno de Juazeiro do Norte, no Ceará, para morar em Porto Velho, junto com os pais e mais dois irmãos. Ele trabalhava nos “acampamentos”, onde a ferrovia mantinha turmas de trabalhadores para dar manutenção à linha ferroviária. “A Madeira-Mamoré tinha 26 acampamentos, daqui até Guajará-Mirim.Eu trabalhei em Taquara, Arara, Penha Colorada e Abunã”, relata. Casado, ele teve 17 filhos, mas só ficaram seis, sendo que um deles morreu com 30 anos, acometido de barriga d´água.

         Da varanda da casa da filha, seu Oscar acompanha o trabalho de drenagem feito nas duas pequenas ruas da vila. A obra é bem vinda, porque vai trazer qualidade de vida para os moradores e mais visitantes nos finais de semana. Os trabalhos foram iniciados em 2006 por uma empresa de engenharia que faliu. Com isso, as obras ficaram paradas e todo o projeto teve que ser revisto. Com a chegada da estiagem, a prefeitura espera concluir os trabalhos em um prazo de 90 dias. “Vai ficar muito bom”, diz a moradora Francineide Moreira Lima, que trabalha em um dos restaurantes da vila.

Por: Ana Aranda
Fotos: Amazônia da Gente

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