O professor de Ciências, Roberto Ataide Batalha de Araújo, da escola municipal de Porto Velho, Marechal Rondon, no distrito de Abunã é um dos finalistas do concurso “Aprender e Ensinar”, promovido pela revista Fórum e a Fundação Banco do Brasil. O concurso premia professores da rede pública de ensino que incentivam o debate sobre o uso de Tecnologias Sociais - soluções simples, de baixo custo e capazes de promover a transformação social de uma comunidade. Em sua terceira edição, o concurso recebeu 4.695 inscrições de professores de todo o País. Na certificação, os professores inscritos tiveram que responder a duas questões que explicam como utilizam o conceito de tecnologia social na educação.
A partir das respostas, uma comissão julgadora selecionou 64 finalistas que, além de ganhar um tablet, vão à Brasília, nos dias 22 e 23 de fevereiro com todas as despesas pagas, para participar de seminário sobre o tema. Neste encontro, serão conhecidos os seis vencedores, sendo um professor de escola pública ou espaço não formal de educação de cada região do País e um de Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. Roberto Batalha teve seu projeto aprovado como finalista, com o tema: “O uso do conhecimento etnobotânico da comunidade do distrito de Abunã – Porto Velho, para construção de um viveiro de plantas ornamentais silvestres na escola”. Segundo o professor o objetivo de seu projeto é promover através do cultivo de ervas e plantas ornamentais nativas, a motivação da formação de hábitos e atitudes de trabalho despertando no educando senso de responsabilidade, pontualidade, assiduidade, respeito, segurança, tolerância frente a tarefa e ambiente de trabalho e condutas socialmente aceitas.
O educador observa que a ideia surgiu em uma aula de campo em um passeio pela região que fez com os alunos no intuito de encontrar espécies de fungos na floresta. “Percebi que alguns dos alunos tinham conhecimentos de plantas exóticas com as aparências mais belas que se pode imaginar, comecei a fazer um levantamento e notei que a comunidade além de utilizar algumas espécies nativas para ornamentações, ainda utilizavam para fins medicinais, então resolvi começar a elaborar o projeto para explorar e reguardar todo esse conhecimento etnobotânico”, relatou.
O professor disse ainda que percebeu que além de usar o conhecimento etnobotânico para a criação do viveiro para reguarda e criar um inventário etnobotânico se poderia usar a ideia para que os alunos cultivassem mudas e futuramente a comunidade poderia se beneficiar e utilizar o grande fluxo de veículos que passa pela BR 364- Abunã fica entre os estados de Rondônia e Acre- e poderia agregar aos pontos turísticos da estrada de ferro do local as mudas ornamentais para quem sabe um provável ganho de renda. “A proposta seria construir um viveiro de plantas nativas exóticas da região onde os próprios alunos, familiares e professores teriam a missão de fazer as coletas de espécies de plantas exóticas da região, e também seriam realizadas aulas práticas para fazer as coletas de mudas de plantas na floresta desenvolvendo um trabalho em equipe e multidisciplinar”, enfatizou.
Por: Meiry Santos
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