O novo terminal hidroviário de Porto Velho mudou radicalmente a realidade dos ribeirinhos que chegam ou saem da capital rondoniense pelo Rio Madeira. A estrutura também beneficia os proprietários de embarcações que transportam cargas e passageiros. Com apenas 100 dias de funcionamento, já é unanimidade a aprovação entre os que usufruem do local, principalmente pela facilidade, agilidade e 
segurança que proporciona aos usuários.
Para o autônomo Ernildo Silva de Souza, proprietário de um caminhão caçamba e que há cerca de dez anos viaja do Acre para Porto Velho, o desembarque das mercadorias melhorou 100%. “Antes da construção do porto, o tempo para descarregar o caminhão com 12 toneladas de produtos era de quatro a cinco horas, subindo e descendo barranco, correndo perigo 
de acidente e extraviar parte da carga. Agora, a média é de 40 minutos”, comemora.
Arnaldo Vieira Palheto, dono de uma balsa e que há cinco anos transporta mercadorias de Porto Velho para Manaus (Amazonas), também aprova a construção e instalação do terminal hidroviário “Ficou muito mais fácil e rápido o nosso serviço. Antes, demorávamos até uma semana para carregar a balsa com 500 toneladas de produtos. Hoje, o mesmo serviço é feito no máximo em dois dias”, comentou. Palheto acrescentou que na época do barranco os carregadores sofriam acidentes (quedas) e parte da carga era extraviada, o que 
gerava sérios prejuízos.
O terminal hidroviário também é sinônimo de facilidades e segurança para José Antônio Sobrinho, proprietário de uma agência de viagens instalada na região do Cai N’água. “O barranco sem qualquer estrutura era o grande problema para os passageiros e transporte de cargas”, afirma. Na avaliação de Antônio, a prefeitura melhorou em 80% a vida dos ribeirinhos que utilizam o porto. “Só não está 100% porque o terminal 
deveria ser um pouco maior”, observou.
Gerente de um barco que faz viagens semanais para Manicoré (Amazonas), Raimundo Torres é outro usuário do terminal hidroviário que aprova a iniciativa da prefeitura. “Ficou bem melhor para atracar a embarcação. Subir o barranco era muito ruim e desconfortável para os passageiros, que constantemente sofriam quedas”, enfatizou.
Movimento
Conforme o diretor do departamento administrativo do terminal hidroviário, Gabriel 
Bruxel, passam pelo porto cerca de duas mil toneladas de produtos ao mês. Em outubro, o movimento indicou 100 toneladas a mais. A média mensal de passageiros que embarcam e desembarcam no local é de 3.500 pessoas. Por conta das eleições municipais, outubro registrou um movimento maior, com 3.700 passageiros. “Além da utilidade que o porto tem para a comunidade, comemoramos o fato de não ter ocorrido nenhum acidente ou incidente nesse período”, informou.
Uma equipe formada por 11 pessoas trabalha diariamente no terminal. Quatro são funcionários 
da empresa que construiu a estrutura naval e fazem o monitoramento diário para verificar se tudo está dentro da normalidade. Os demais atuam na área administrativa, manutenção e no controle de entrada e saída dos passageiros e cargas.
Gabriel Bruxel afirma que o terminal hidroviário é uma das grandes marcas da administração do prefeito Roberto Sobrinho, que proporciona dignidade e acessibilidade aos ribeirinhos, empresários e a todas as pessoas que necessitam utilizar a estrutura. Construído pela prefeitura em parceria com o DNIT, o terminal foi inaugurado no dia 30 de julho último.
Por Augusto José
Fotos: Frank Néry
