A direção da Escola Municipal de Música Jorge Teixeira, homenageou esta semana os professores do estabelecimento que foram graduados em Música, curso ministrado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), por meio de um convênio assinado com a prefeitura de Porto Velho e a Universidade Federal de Rondônia (Unir). Dos 21 professores que concluíram o curso 13 eram da Escola de Música Jorge Teixeira.
Ministrado na modalidade à distância, pelo Programa de Formação Inicial para Professores do Ensino Fundamental e Médio (Pró-Licenciatura), do Ministério da Educação (MEC), o curso teve duração de 4,5 anos. A aula inaugural ocorreu no dia 22 de abril, no Centro de Vivência “Paulo Freire”, no Campus “José Ribeiro Filho”, da Unir, na BR 364. A colação de grau aconteceu na última semana, em Porto Alegre (RS).
O Pró-Licenciatura coordenado pelas Secretarias de Educação Básica (SEB) e de Educação a Distância (SEED), do MEC, visa a inserção no conjunto das ações para a melhoria da educação básica do país, dos professores da rede pública (municipal, estadual ou federal) em exercício nos anos/séries finais do ensino fundamental e no ensino médio, sem habilitação na disciplina em que estejam exercendo a docência.
Qualidade do ensino
No convênio, a prefeitura de Porto Velho ficou responsável pela estrutura para a realização do curso e também por ceder os dois professores que atuariam como tutores no município, fazendo a ligação entre os graduandos e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os tutores são os professores Israel Geimes e Edilson Schutz, da Escola de Música Jorge Andrade.
Para a diretora da escola de música, Maria Lucidéia, a graduação dos professores agregará mais qualidade ao ensino de música ofertado pelo município à população. “Esse conhecimento agregado por eles, com certeza elevará a escola da prefeitura a outra patamar. Antes, eles tinham apenas o conhecimento prático. Agora com essa graduação para atuar na docência, eles passam a ter toda uma metodologia para aplicar nas aulas, baseada nesse conhecimento acadêmico que passaram a ter”, frisou a professora Maria Lucidéia, diretora da escola. Em Rondônia funcionaram dois pólos do curso à distância, um em Ariquemes e o outro em Porto Velho, sediado na Escola de Música Jorge Andrade.
O professor Israel Geimes, um dos tutores do curso, reconheceu a importância da participação do prefeito Roberto Sobrinho, no processo que possibilitou a vinda do curso para garantir a formação universitária dos professores da escola de música. “O mesmo convênio foi oferecido ao Governo do Estado na época, mas o estado não se interessou pelo curso, ao contrário da prefeitura. Esse investimento feito pelo município já começa a fazer a diferença, pois tem sido notória a mudança ocorrida após a formação dos professores. Antes o conhecimento deles era empírico e eles ensinavam os alunos da forma como aprenderam. Agora com a graduação eles ganharam um suporte maior para dar as aulas”, disse o tutor.
Cidadão crítico
Para Rogério Cabral, professor de violão, adiantou que a conclusão do curso universitário só vem somar com o conhecimento que já tinha. “A diferença agora é que antes, não tinha nenhuma metodologia para ensinar. Hoje não. Antes a forma como ensinava um aluno era a mesma para todos. Agora sei que nenhum aluno é igual ao outro e a abordagem do ensino tem que ser diferenciada para melhor aproveitamento da aprendizagem”, argumentou.
O professor de saxofone, contrabaixo e canto coral, Gilvandro Aquino, disse que foi importante não só para ele, mas também para a própria escola, para o município e também para o estado, que passam a ter um profissional melhor capacitado para o ensino da música. “E existem inúmeras possibilidades para o desenvolvimento desse ensino, como por exemplo, dialogar com outras disciplinas como a Matemática, Português, e outras”, adiantou. “Com o conhecimento que adquirimos, temos agora como agregar mais elementos para a formação do aluno. E, ao contrário do que se pensa, o principal objetivo da escola não é formar músicos profissionais, mas sim, cidadãos críticos, perceptivos, com a capacidade de entender e passar a ouvir música com outros ouvidos. Ou seja, fazer com que esse cidadão tenha um parâmetro para avaliar o que é música de qualidade e o que não é. Para que ele perceba que existe outra música, além dessa massificada pela mídia”, afirmou.
O cantor, compositor e instrumentista portovelhense, Erivaldo Trindade, o “Bado”, que já tem graduação em História, disse que a formação em Música pela Universidade Federal do Rio Grande Sul representará um salto grande a sua vida profissional. “Quem se formou tem agora toda uma pedagogia para trabalhar com seus alunos. Isso fortalece a arte e dá mais qualidade ao ensino da música em Porto Velho”, frisou.
Por Joel Elias
Fotos: Frank Néry